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https://bd.tjmg.jus.br/jspui/handle/tjmg/11384
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Título: | NT 1875 2020 - Lenalidomida - Mielodisplasia - NATJUS TJMG |
Autores: | NATJUS - TJMG |
Palavras-Chave: | Lenalidomida Mielodisplasia |
Data: | 18-Jun-2020 |
Resumo: | Caso da paciente com 75 anos, com diagnóstico de SMD
com 5q. Histórico de adinamia por anemia. Em suporte transfusional
frequente, com necessidade cada vez maiores. Em uso de Eprex e Vidaza
desde julho de 2018, cursou, em 23/05/2019, apresentando Hb 6,7g%,
leucocitos de 6.500 com 5.222 segmentados e plaquetas 295.000.
Necessidade de transfusão de CH a cada 60 dias, tendo recebido 11 CH
desde abril/2019. Solicita autorização para uso de Revlimid 10mg/dia por
21 dias em ciclos a cada 4 semanas.
A SMD é uma desordem hematopoiética de doenças mielóides
clonais que acomete preferencialmente idosos, caracterizada por
hematopoiese ineficaz, citopenias, distúrbios qualitativos de uma ou
mais linhagens das células do sangue periférico, anormalidades
cromossômicas e uma variável tendência à evolução para leucemias
agudas. Resulta em pancitopenia com anemia e necessidade frequente
de transfusões; aumento do risco de infecções ou hemorragias e
aumento do risco de desenvolver leucemia mieloide aguda. O paciente
queixa de astenia, emagrecimento, febre de origem indeterminada.
Em relação ao tratamento é importante a estratificação do risco
biológico para ameaça à vida ou evolução para LMA e a avaliação das
condições clínicas gerais, bem como a idade do paciente. O cuidado suportivo é importante do manejo de todos os pacientes com SMD,
podendo melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida. Muitas
vezes é a opção no paciente cujas condições clinicas gerais e idade
limitam outras abordagens. Inclui transfusões de hemácias ou de
plaquetas, antibioticoterapia e imunizações. A melhora nos índices
hematológicos (transfusão de concentrados de hemácias, seguidos da
quelação do ferro, transfusão de plaquetas, FC hematopoéticos
garantem uma melhor qualidade de vida e são a opção para pacientes
maiores de 65 anos. Drogas como agentes hipometilante e IMiD
lenalidomida são sugeridos em alguns casos por apreesentarem pouco
efeito colateral. A lenalidomida, pode ser muito úteis em na SMD com
síndrome do 5q-, sendo considerada terapia de primeira escolha. Esta
droga é comprovadamente teratogênico; potencialmente tóxica e
passível de desencadear reações alérgicas graves e potencialmente
fatais. O estudo clínico apresentado para a indicação terapêutica SMD com
deleção do cromossomo 5q, é um estudo de único braço, não comparativo,
aberto e de fase II, cujos dados não são suficientes para avaliar sua
segurança em comparação a outros fármacos. Considerando a
perspectiva de ganho marginal de sobrevida (se houver), prognóstico
sombrio da doença na fase avançado, e o elevado grau de toxicidade
desta droga, ela não foi disponibilizada nem na saúde suplementar e
nem no SUS, a despeito de sua aprovação pela ANVISA.
O único tratamento capaz de suprimir o clone leucêmico e
voltado para prolongar a vida, aumentando sua expectativa e promover
a cura da SMD é o transplante alogênico de células-tronco
hematopoéticas, associado a quimioterapia que pode incluir
hipometilantes e IMiD, indicado para pacientes menores de 75 anos,
com bom estado de saúde.Enfatizamos a necessidade de se estabelecer o melhor cuidado
suportivo com objetivo de garantir a melhor qualidade de vida
possível, a independência e autonomia da paciente além de prevenir
possíveis eventos colaterais. |
URI: | https://bd.tjmg.jus.br/jspui/handle/tjmg/11384 |
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