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URL: https://bd.tjmg.jus.br/jspui/handle/tjmg/12162

Título: NT 2222 2021 - Diosmina, Hesperidina, Policresuleno, Cloridrado de Cinchocaína - depressão e hemorróidas internas - NATJUS TJMG
Autores: NATJUS - TJMG
Palavras-Chave: Diosmina, Hesperidina, Policresuleno, Cloridrado de Cinchocaína
depressão e hemorróidas internas
Data: 10-Jun-2021
Resumo: o caso em tela refere a paciente de 59 anos com quadro de depressão e hemorróidas internas, com episódios de sangramentos ativo frequente há 1 ano. Nos últimos 15 dias com sangramento diário e muco. Já tentou alternativa outras, disponibilizadas pelo SUS como proctyl e banho de assento, sem sucesso. Necessita dos medicamentos daflon 1000mg e proctyl (diosmina, hesperidina, policresuleno e cinchocaína), para se submeter a cirurgia. O uso de flebotônicos possui ampla penetração popular pelo seu emprego indiscriminado, com resultados variáveis. A despeito deste uso disseminado na prática clínica, parece que algum alívio sintomático que coferecem, seja pelo seu efeito anestésico, antinflamatório, lubrificante, adstringente ou higroscópico, não existindo, estudos objetivos que possam embasar sua eficácia no alívio de sintomas hemorroidários. Desta forma, não são citadas como recomendações com nível de evidências. Daflon® diosmina + hesperidina, é um flavonoide tipo venotônico e vasculoprotetor que exerce ação sobre o sistema vascular de retorno, diminuindo a distensibilidade venosa e reduzindo a estase venosa e o edema. Este medicamento não é disponibilizado pelo SUS. É aprovado na ANVISA para tratamento das manifestações da insuficiência venosa crônica dos MMII e a venosa do plexo hemorroidário; de alívio dos sinais e sintomas pré e pós-operatórios de safenectomia, pós-operatórios de hemorroidectomia; de alívio da dor pélvica crônica associada à Síndrome da Congestão Pélvica. Metanálise dos flavonóides versus placebos mostrou benefício na diminuição do sangramento, prurido e recorrência e estudos demonstram que tal resultado é mais eficaz nos casos de hemorróidas de 1 e 2o graus. Entretanto, os estudos de avaliação do uso de flavonoides são heterogêneos e pequenos, não existindo evidências fortes para a sua sua utilização. O Food and Drug Administration (FDA) não aprova seu uso no tratamento das hemorróidas e não recomendações de níveis de evidência forte para seu uso. No presente caso, não há a classificação da doença, parâmetro utilizado para definir tratamento, e mesmo se houvesse, o tratamento requerido não está disponível no SUS e tão pouco é considerado padrão de evidência com nível de recomendação pela literatura. Vale ressaltar que dentre as alternativas de tratamentos com níveis 1 de evidência para a doença hemorroidária, o SUS disponibiliza várias possibilidades no tratamento conservador clínico, evidência 1B, tratamento conservador ambulatorial invasivo, evidência 1A e o cirúrgico, evidência 1A.
URI: https://bd.tjmg.jus.br/jspui/handle/tjmg/12162
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