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URL: https://bd.tjmg.jus.br/jspui/handle/tjmg/12267

Título: NT 2390 2021 - Acetato de Abiraterona - adenocarcinoma de próstata - NATJUS TJMG
Autores: NATJUS - TJMG
Palavras-Chave: adenocarcinoma de próstata
Acetato de Abiraterona
Data: 31-Ago-2021
Resumo: trata-se de paciente com diagnóstico de adenocarcinoma de próstata, estadiamento atual IV. Paciente foi submetido a orquiectomia em fevereiro/2003, evoluiu com recidiva em 2018, quando foi submetido à radioterapia no período de março a maio/2018, e tratamento hormonal com bicalutamida no período de julho/2017 a novembro/2018. O Acetato de Abiraterona é um inibidor seletivo da biossíntese de andrógeno, que bloqueia o citocromo P17 (uma enzima envolvida na produção de testosterona), interrompendo assim, sua produção pelos testículos, glândulas suprarrenais, tecido da próstata e tumor da próstata, levando a diminuição considerável dos níveis desses hormônios, os quais levam à progressão da doença. É utilizado por via oral, associado à prednisona ou prednisolona. Isoladamente a Abiraterona causa hiperaldosteronismo secundário, por isso, a prednisona (ou prednisolona) deve ser usada concomitantemente para mitigar tal efeito. O uso do Acetato de Abiraterona configura tratamento paliativo, não há finalidade curativa; seu uso é previsto como opção terapêutica de primeira e segunda linha para pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração, antes ou após o uso de Docetaxel ou outra medicação antiandrogênica e que apresentem-se assintomáticos ou com sintomas leves, correspondendo a ECOG menor ou igual a 2 (escala do Eastern Cooperative Oncology Group). As evidências existentes indicam benefício com o uso da Abiraterona em relação ao desfecho primário, prolonga em poucos meses a sobrevida global de pacientes com câncer de próstata, e aos desfechos secundários (sobrevida livre de progressão radiográfica, sobrevida livre de progressão do PSA e taxa de resposta do PSA, quando comparados aos pacientes que não usaram Abiraterona, apesar do alto custo e da presença do risco de eventos adversos graves. Os principais efeitos adversos da Abiraterona foram retenção de fluido e edema, hipopotassemia e infecção do trato urinário. O risco de incidência de eventos cardíacos, de hipertensão e distúrbios hidroeletrolíticos, com possível risco de morte e necessidade de intervenções urgentes deve ser levado em conta na opção de uso da Abiraterona. A Abiraterona pode elevar as concentrações de enzimas hepáticas, portanto, a função hepática deve ser monitorada frequentemente. Alterações significantes destas enzimas podem justificar a interrupção do tratamento. Se a prednisona for interrompida abruptamente, há risco de ocorrência de insuficiência adrenocortical. Outro efeito adverso clinicamente relevante, raramente reportado, é uma “irritação nos pulmões”, denominada alveolite alérgica. Para situações em que há metástases viscerais ou comorbidades tais como hipertensão, doença hepática ou cardíaca e disfunção pituitária ou adrenal não há evidências de eficácia do acetato de Abiraterona. Nos estágios avançados a doença constitui um desafio devido a difícil tarefa de eleger a melhor terapia aos pacientes. O caso concreto trata-se de consta paciente com dezoito nove anos de evolução a partir do diagnóstico, em estadiamento avançado, com progressão apesar de todas as medidas terapêuticas instituídas. Não foi apresentada classificação atual do paciente de acordo com a escala ECOG. Conforme a literatura científica, a indicação do Acetato de Abiraterona é para pacientes que apresentem-se assintomáticos ou com sintomas leves, correspondendo a ECOG menor ou igual a 2 (escala do Eastern Cooperative Oncology Group). O “benefício líquido” de se adicionar o uso de Abiraterona ao tratamento paliativo do câncer de próstata deve ser rigorosamente avaliado, considerando a relação de custo-efetividade do tratamento. Há um momento na evolução do câncer, em que trata-se o doente e não mais a doença, tendo em vista não haver possibilidade de cura.
URI: https://bd.tjmg.jus.br/jspui/handle/tjmg/12267
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