|
Biblioteca Digital do TJMG >
Direito à saúde >
Judicialização da Saúde >
Notas Técnicas >
URL:
https://bd.tjmg.jus.br/jspui/handle/tjmg/13299
|
Título: | NT 2022.0002996 Endometriose Osserrelina - NATJUS TJMG |
Autores: | NATJUS - TJMG |
Palavras-Chave: | osserrelina endometriose pélvica profunda, atingindo ovários, intestino, bexiga |
Data: | 9-Nov-2022 |
Resumo: | trata-se de LBC, 40
anos, há mais de 5 anos com quadro de endometriose pélvica profunda
atingindo ovários, bexiga e intestino. Necessita do uso de análogo da
GNRH (glosserrelina), 3 dose a cada 3 meses, para melhora do quadro e
qualidade de vida. O tratamento clínico objetiva proporcionar a diminuição da dor
causada pela endometriose, além de colaborar na prevenção ou
prolongar o desenvolvimento da patologia. Tem foco na manipulação
hormonal com intuíto de produzir pseudogravidez, pseudomenopausa
ou anovulação crônica, criando um ambiente inadequado para o
crescimento e manutenção dos implantes da endometriose. Pode utilizar
de medicamentos anti-inflamatórios não hormonais, analgésicos e
alguns tratamentos clínicos complementares como: acupuntura,
eletroterapia, exercícios físicos, mudanças de estilo de vida,
acompanhamento psicológico e fisioterapia. Todos os tratamentos
hormonais quer sejam com ACO, progestágenos, danazol ou análogos
do GnRH, reduzem a dor atribuída à endometriose, se comparados ao
placebo, e são igualmente efetivos quando comparados entre eles.
Para o grupo de mulheres com infertilidade, não se justifica o
tratamento hormonal com supressão da ovulação. Nesses casos,
quando a infertilidade é secundária à endometriose em estágios I e II, o
tratamento cirúrgico, com cauterização dos focos, mostrou-se eficaz. ACOs
devem ser considerados no tratamento empírico, de escolha da
endometriose em mulheres com sintomas mínimos ou leves e exame
físico sugestivos nas quais foram descartadas outras doenças
relacionadas à dor pélvica. Esse tratamento produz retardo na progressão
da doença e anticoncepção nos casos que a gravidez não é desejada.
Danazol demonstrou ser capaz de reduzir dor pélvica, dor para evacuar
e dor lombar em pacientes com endometriose, com benefício mantido
mesmo após 6 meses da descontinuação do tratamento. Análogos do
GnRH, (gosserrelina, leuprorrelina e triptorrelina) hormônio gonadotrófico, produzido na hipófise que estimula a produção de hormônios sexuais.
Estão disponíveis no SUS por meio do CEAF conforme PCDT da
endometriose. Seu uso proporcionam mecanismo de feedback negativo
na hipófise, com supressão da produção de hormônios sexuais
(estrógeno e testosterona). Independente da droga, os análogos do
GnRH, apresentam eficácia e efetividade similares. Têm indicação de
uso na endometriose com sintomas moderados a graves em mulheres
que não obtiveram melhora da dor com outros tratamentos
(progestágenos, ACO, danazol) e como droga complementar a cirurgia para
a forma grave da doença. A Febrasco considera que são medicações
adjuvantes para controle da dor, que, apesar de apresentarem bons
resultados em estudos clínicos, não têm sido amplamente utilizadas na
prática clínica em razão dos efeitos colaterais, assim como danazol e
inibidores da aromatase.
Estando a gosserrelina indicada no PCDT da endometriose no
SUS , conclui-se que o tratamento requerido não é de procedimento
diverso, quanto a imprescindibilidade, substituição ou não pelo
NATJUS, mas trata-se de tratamento disponível no SUS e havendo
necessidade de melhor articulação de fluxos pelo gestor local para sua
realização. |
URI: | https://bd.tjmg.jus.br/jspui/handle/tjmg/13299 |
Aparece nas Coleções: | Notas Técnicas
|
|